Michele de Pascale: "De Veneza a Florença, cidades de arte inacessíveis. Nós somos o futuro"

Michele de Pascale, Presidente da Região, o que o turismo na Emília-Romanha nos diz neste momento histórico particular?
"A nossa é uma região caracterizada por muitos elementos de atração turística muito distintos entre si, que em alguns casos se integram e cooperam e em outros se deslocam de forma independente por diferentes caminhos", responde o governador. "Nesse sentido, os diferentes produtos apresentam dinâmicas muito distintas entre si."
Que tipo?
"As cidades da arte estão vivenciando uma tendência de crescimento nacional, e a tendência da Emília-Romanha também é muito forte. Bolonha, obviamente, é o elemento mais evidente, no sentido de que o fluxo turístico que surgiu nos últimos 10 ou 15 anos quase não existia antes."
Outras cidades estão passando por transformações diferentes?
"Ravenna, Ferrara, as cidades ao longo da Via Emilia também têm números crescentes e são aquelas que, indiscutivelmente, apresentam o maior potencial e margens de crescimento."
Por que?
"Porque as grandes capitais do turismo artístico e cultural italiano estão todas claramente em overturismo. Nesses casos, sim, o termo apropriado. E se a Itália quiser crescer, só pode se concentrar nessa rede de cidades."
Algum processo já foi implementado?
"No momento, não há estratégias nacionais à vista, mas, se houvesse, elas só poderiam se concentrar em cidades que tenham ativos de primeira linha e números de segunda linha."
Como?
"Em um país como a Itália, Florença, Veneza e Roma podem se orgulhar. Mas, quando essas cidades se tornam inacessíveis, cidades com margens significativas se tornam um trunfo ainda maior. Temos outros produtos com espaço para crescimento, mas para os quais precisamos reinventar uma estratégia."
Me conte melhor.
"Estou pensando em 'turismo verde'..."
Está subvalorizado?
"Tanto nos Apeninos como nas áreas planas, até o Delta do Pó: o produto está lá, mas estamos trabalhando em objetivos específicos neste mandato para fortalecer a identidade turística territorial que hoje vive principalmente de caminhadas".
Então?
"Há outro elemento que toca Rimini mais de perto."
Qual?
"A oferta balnear da nossa costa".
O que o cenário atual nos diz?
"É claro que estamos diante de números incomparáveis aos demais produtos regionais, mas a necessidade de inovação e mudança é muito forte."
Em que isso deveria se traduzir?
"Vivemos um momento em que a Riviera Romagnola precisa saber se repensar."
Como?
Estamos falando de um produto mais maduro que precisa se atualizar. A Rimini, mais do que outras, conseguiu implementar inovações nos últimos anos.
Algum exemplo?
"Uma delas é a possibilidade de utilizá-lo 365 dias por ano, portanto com grandes investimentos no setor de feiras e congressos: são muito importantes. Depois, há as grandes manifestações e eventos esportivos que têm caracterizado a Emília-Romanha nos últimos anos."
O próximo passo?
"Estamos prontos e maduros para nos tornarmos um polo ainda mais estruturado quando se trata de eventos esportivos."
Capítulo infraestrutura e transporte, o que ele diz?
"A estratégia aeroportuária em Rimini está produzindo resultados muito importantes. Há uma necessidade de fortalecer a rede, é fundamental."
A ideia de uma rede regional compartilhada continua sendo um tópico de discussão.
"Isso se aplica tanto ao aeroporto de Rimini quanto ao terminal de cruzeiros de Ravena, um polo de atrações. Mas também se aplica às conexões fortes e estruturadas com Milão, com a Lombardia e com a Alemanha, tanto pela rede ferroviária quanto por aviões e cruzeiros."
Quais cravos precisam ser tratados de forma diferente?
Precisamos tornar mais fácil e conveniente o acesso à Riviera Romagnola. E há outro aspecto que gostaria muito de destacar.
Uma das instalações de acomodação?
"A revitalização do hotel. Lembro que em setembro inauguraremos um canteiro de obras nessa frente".
Com o objetivo de atingir qual programação?
"Alguém repete um velho ditado de Romagnolo que diz 'Turismo é dormir uma noite'. Ou seja: para realmente haver turismo, é preciso ficar na região pelo menos uma noite, caso contrário, os benefícios econômicos são muito menores."
Que estratégias existem para avançar nessa direção?
"Nesse sentido, precisamos abrir uma nova temporada hoteleira com ferramentas e recursos mais robustos para podermos inovar e renovar salas de aula, estruturas e espaços. A partir de setembro, faremos um esforço concreto para impulsionar esse sentido."
Quotidiano Nazionale